segunda-feira, 20 de junho de 2011

O nome é diferente, mas o plástico é o mesmo

As garrafas de Coca-Cola e de Pepsi, mesmo feitas a base de plantas, ainda
 prejudicam o meio ambiente.
  

Por O Tao do Consumo - http://www.otaodoconsumo

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Será que o plástico feito com material 
vegetal é melhor?
 Em março, a Pepsi divulgou para a imprensa
 “a primeira
 garrafa feita 100% a base de plantas, 
uma garrafa PET
 feita com fontes renováveis”. Em seguida, a Coca devolveu:
 “Odwalla, do grupo Coca-Cola é a primeira indústria a
 comercializar embalagens feitas 100% a base de plantas”.

 As manchetes seguintes foram ainda mais fortes:
 “Garrafas da Pepsi: agora sem plástico” 
(Christian Science Monitor), “Pepsi pressiona mercado
 com garrafas feitas a base de plantas, uma garrafa 100% sem plástico”
 (GreenBiz), 
“Coca-Cola está
 desenvolvendo garrafas de plástico reciclado e materiais vegetais”
 (Guardian). No mês passado a 
Coca-Cola lançou um comercial para sua água mineral Dasani argumentando 
que a embalagem feita
 com material vegetal foi desenvolvida para “fazer a diferença”.


Mas, apesar de todo o barulho, as garrafas a base de plantas ainda

 resultam no velho e
 conhecido plástico. As empresas simplesmente substituíram

 combustíveis fósseis 
(como o petróleo e o gás natural) pelo etanol. E embora o etanol seja

 renovável e fonte
 de baixa emissão de carbono, o plástico resultante é quimicamente

 idêntico ao PET 
(polietileno tereftalato) ou ao PEAD (polietileno de alta densidade),

 materiais comumente
 usados na fabricação de garrafas plásticas. E, uma vez que o material vegetal se 
torna plástico, eles causam os mesmos impactos ambientais que um plástico feito de
 combustível fóssil. Ou seja, como não são biodegradáveis, poluem os oceanos e o solo
 e ainda contaminam os alimentos com químicos que migram da embalagem para o 
conteúdo interno. “Eles estão simplesmente utilizando plantas para fazer os mesmos 


polímeros que se encontram em plásticos. Isso não tem efeito nenhum para o
 meio ambiente”, explica Marcus Eriksen, um dos criadores da 5 Gyres, entidade que
 estuda a poluição de plástico em áreas como a grande mancha de lixo do Oceano Pacífico.
Eriksen e sua equipe acabam de explorar as cinco maiores correntes do mundo onde
 o plástico se acumula. Eles acharam plástico se acumulando em várias das ilhas
 pesquisadas e no estômago de pássaros e peixes mortos que consumiram plástico,
 pensando se tratar de pequenos peixes ou algas marinhas.


O plástico feito a base de plantas (ou não) prejudica a saúde de humanos da 
mesma forma. Os perigos de aditivos químicos normalmente usados em sua produção –
 como ftalatos e bisfenol A – têm sido amplamente divulgados: os dois já foram 
associados à obesidade, autismo e várias formas de câncer. “Algumas formulas de
 bioplásticos usam os mesmos tipos de aditivos que os plásticos feitos com petróleo
 ou gás natural”, reconhece Melissa Hockstad, vice presidente da SPE (The Society
 of the Plastics Industry), uma associação de indústrias de plástico dos Estados Unidos.
 “Algumas empresas estão trabalhando para conseguir alternativas” diz Hockstad.
 A dúvida é: se as empresas “estão trabalhando no desenvolvimento”, esses bioaditivos
 ainda não existem?


Ecoagencia


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